Ronny Costa Pereira

PARA QUE SERVE A HISTÓRIA NA ESCOLA? UM PANORAMA GERAL SOBRE AS FUNÇÕES DO ENSINO DE HISTÓRIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Introdução
Em minha curta jornada na floresta obscura e fascinante que é a licenciatura, estando em lugar singular de análise no que se refere ao questionamento dos sentidos do ensino de história na educação básica. Afinal, três anos atrás eu era um aluno de ensino médio, que entre os inúmeros questionamentos a se fazer ao mundo, me pegava às vezes me perguntando o sentido de aprender sobre fenícios, ingleses do século XIX ou qualquer coisa que já “tinha acontecido”; e nos últimos anos de estudante de história, entender o que e para que ensinar história na escola tem sido uma das perguntas mais recorrentes. Quase a pergunta da Esfinge de Tebas, de tão fundamental que é para se guiar nos caminhos da licenciatura; isso somado aos primeiros passos das observações nas escolas, que juntamente com os questionamentos diretos aos alunos, levam a novas reflexões do papel da história na escola.

A pergunta circunda os três momentos, de maneiras e sentidos diferentes, mas buscando compreender a mesma coisa: para que serve história na escola? Algumas das reflexões de autores que se propunham a se aprofundar nessas questões (Paulo Freire, Cerri, Schmidt, Saddi, etc.) auxiliaram nas reflexões propostas, e trouxeram algumas respostas, várias perguntas e principalmente levaram a olhar o espaço escolar com mais profundidade, e tentar compreender melhor as situações dos alunos e o fazer do professor de história na sala de aula.

Na escola tem que ter História?
A pergunta “para que serve a história na escola? ” Leva ao questionamento da própria necessidade da disciplina História no ambiente da educação básica. Historicamente se sabe que os preceitos iluministas do mundo pós revolução francesa são a base estrutural da formação da escola e das disciplinas cientificas nela ensinadas [ALBUQUERQUE, 2012]. Mas para que ela era ensinada? O ensino de história esteve geralmente ligado aos ensinamentos da moral do sujeito, e particularmente no Brasil do século XX, a construção de uma nacionalidade, ou seja, o ensino de história ligado a ideia de se formar um cidadão [CERRI, 2010].

Mas nessa lógica de ensino, a história em si é descartável, afinal, se o objetivo for somente formar um cidadão, a história assume o papel de mera ponte. E a partir da possibilidade da formação de cidadania por um meio mais fácil, a história poderia ser sumariamente descartada da grade escolar. Isso somado aos fatores de um mundo cada vez mais enviesado na necessidade de um sentido imediato e financeiramente lucrativo nas atividades cotidianas, em que a escola, como aponta Albuquerque, é muitas vezes desvalorizada, já que não é vista como algo que leve a uma utilidade pratica imediata. Dessa maneira se entende que o ensino de história não deve ser somente a formação da cidadania. Ele deve sim “formar sujeitos” como coloca Albuquerque, mas não se limitar a isso. Lembrando que isso não significa excluir a formação da cidadania no processo de ensino histórico, pois como analisa Schmidt [2009], a escola é um espaço de experiências coletivas e individuais, que possui influência na formação de cidadania dos sujeitos.

Mas o que é necessário ao ensino de história além disso? A ideia de Schmidt (2009) sobre uma história como guia de argumentação e da construção de identidades para o ensino de história são marcos iniciais que talvez sejam alcançados se partimos de um dos pontos iniciais: o aprimorar a formação do pensar historicamente do sujeito, que nas palavras de Cerri seria:

“[...] pensar historicamente é nunca aceitar as informações, ideias, dados etc. sem levar em consideração o contexto em que foram produzidos: seu tempo, suas particularidades culturais, suas vinculações com posicionamentos políticos e classes sociais, as possibilidades e limitações do conhecimento que se tinha quando se produziu o que é posto para análise. ” [CERRI, 2011, p.59].

Assim, o ensino de história assume também um papel de construção de um pensar historicamente que por sua vez é um meio importante de se pensar criticamente (no sentido de duvidar e questionar discursos, lugares e pessoas em posição privilegiada), que de acordo com Cerri, também são partes da construção de uma cidadania. Além da noção de tempo que esse ensino de história permite ao sujeito, e o permite ampliar seus sentidos de compreensão do tempo [CERRI, 2010], já que o passado é muitas vezes visto como imóvel, e o tempo como algo único.

Mas quais as formas de se alcançar esse pensar historicamente? Deve se partir incialmente dos alunos, já que um dos objetivos do ensino de história é ampliar o pensar e o ver o mundo dos alunos, compreender suas concepções é fundamental, logo, é preciso entender as consciências históricas dos estudantes se se pretende um ensino de história que tenha sentido para os alunos. Consciência essa que pode ser considerada uma soma de operações mentais que permite o sujeito interpretar o mundo, seu tempo e sua pratica nele [SCHMIDT, 2009].  E com isso não se pode deixar de levar em conta que em muitos casos a consciência histórica desses alunos está ligada ao que aconteceu, a um passado que não se questiona, ou as consciências ditas por Cerri como “não razoáveis”, que seriam aquelas que visam a exclusão e a violência [CERRI, 2010] Dessa maneira existe algumas necessidades a serem supridas no que se refere a criação de um ambiente que estimule o pensar historicamente, que são a criação de um aprendizado histórico que permita os sujeitos verem o passado como possibilidades, vivências e guiada pela consciência histórica que permita identidades razoáveis.

A História na escola
O ensino de História no Brasil ficou direcionado por um longo período a uma formação política e cristã da sociedade. A História ensinada tinha como função, criar uma junção entre História Sagrada e a História Civil. Se aprendia a moral cristã e o conhecimento histórico de uma forma entrelaçada. O educador, principalmente o professor de História deve ter em mente que as formas de aprendizados sofreram, e sofrem, por transformações, seja devido aos modos culturais, jurídicos, econômicos e sociais que se transmutam e afetam o modo de fazer o ensino de história.

A exemplo desse método, o ceticismo de se estudar história depois da segunda parte do século XX, em que em meio ao monopólio do capitalismo, não se via mais nenhum rumo para história mundial. Além da descrença no modo de ensinar, em que os livros escolares iam se tornando cada vez mais desinteressantes para os jovens, e o professor visto como um mal comunicador, que já estava obsoleto. Além do distanciamento que os profissionais de história vêm sofrendo cada vez mais com o processo de ensino, já que em busca de uma maior erudição historiográfica o processo de ensino da aprendizagem vem sendo deixado de lado.

O ensino de história, na sua função de ensino as crianças e adolescentes, como aponta Cerri, teve diversos momentos. Desde seu surgimento como disciplina escolar no século XVIII, que passou por uma renovação durante o auge do nacionalismo ocidental, que deu um objetivo claro para disciplina História, ser a formadora do espirito de orgulho nacional e relembrar os grandes fatos, heróis e guerra do seu pais. “A história serve, antes de qualquer coisa, para fazer a guerra. ” [CERRI, 2009].

E no Brasil, o processo não se deu diferente, durante a regência no Brasil, o ensino de história foi fundamental para criação de uma identidade nacional. O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), foi criado, acima de tudo, para cumprir essa função. E o ensino de História passou a ser uma disciplina específica do ensino secundário, sendo ministrado no Colégio Pedro II, que era considerado público, mas voltado às elites.

Nesse contexto histórico, se percebe que o Ensino de História sempre foi moldados por objetivos de sua época, e que eles se tornaram diferentes. Entretanto, o ensino de história na escola, como salienta Eliane Brito Silva, permanece “tradicional” e com objetivos meramente de reprodução dos conteúdos “fundamentais da história da humanidade”. E seguindo esse contexto, quais seriam os caminhos do ensino de história na escola? Deve se ensinar os conteúdos já programados? Ou a escola deve abandonar o padrão tradicional de se espelhar nos estudos de centros universitários e buscar na cultura local, o espaço do aluno? 

Literacia e consciência na História
A partir da compreensão de uma necessidade da consciência histórica na formação de sentido do ensino de história para os alunos, é preciso entender que essa consciência é expressa por meio da narrativa histórica [CERRI, 2011] que é onde o sujeito consegue expressar sua consciência histórica. Da maneira que Schmidt analisa, essa narrativa se expressa por meio da forma, do conteúdo e da função, que são em sua essência:

“O conteúdo é a capacidade de aprender a olhar o passado e vê-lo em sua especificidade temporal, de distanciar-se do passado e diferencia-lo do presente, reconhecendo nele a sua própria experiência e a mudança...A forma é a capacidade de se analisar as diferenças de temporalidade entre o passado, o presente e o futuro...A função é a capacidade que permite a utilização do todo temporal (passado, presente e futuro) como guia de ação na vida diária. ” [SCHMIDT, 2009, p.15].

E essas características da competência narrativa são o meio principal para o ensino. E tanto a narrativa e a consciência histórica são meios que pertencem, de acordo com Schmidt, a Literacia histórica, que tem como principal característica dar sentido prático passado por meio de narrativas que permitam o sujeito se orientar no tempo [SCHMIDT, 2009].

E a Literacia histórica elenca diversos conceitos que são fundamentais para criação desse espaço de orientação no tempo, já que desenvolvendo a consciência histórica, ela estimula as duas formas de passado que auxiliam o professor no seu fazer em sala de aula. Pois por meio do passado histórico o professor e aluno podem construir um espaço de procura de vestígios materiais ou evidencias do passado que estão em locais de registros. E por meio do passado prático, as somatórias de experiências dos indivíduos e suas memorias e/ou o passados são consultado [SCHMIDT, 2009], que são as valorizações que Cerri aborda como fundamentais para o ensino de história, a valorização dos saberes da disciplina história e dos saberes vividos pelos indivíduos [CERRI, 2010].

A Literacia histórica dessa forma, é impulsionadora da ampliação de sentidos no ensino de história, e “...só concretiza a sua necessidade se é aplicável e faz diferença na capacidade do sujeito de agir no mundo em sintonia com sua progressiva leitura desse mesmo mundo. ” [CERRI, 2010, p.270]. Assim, a Literacia pode ser definida como um processo pratico de ensino, que se torna algo mais especifico em relação a didática histórica, que diferente de uma visão geral, não é um mero conjunto de objetos que tem como função ser métodos de ensino, mas sim ser um aparato teórico que busca resolver novas demandas do ensino de história [CERRI, 2010].

E esse sendo um conceito mais amplo, que é um complemento para formação de identidades razoáveis e são fundamentais para criação de uma educação histórica que entenda todo ambiente como espaço de formação de conhecimento, compreenda o papel do professor não como um reprodutor de conteúdo, mas de guia na formação de consciências e entenda que o aluno é um construtor de seu próprio conhecimento, e que já possui suas concepções acerca do mundo.

Considerações Finais
Com base nas discussões dos textos e as experiências de aluno de ensino básico público (muitas) e as de professor (ainda poucas), algumas considerações que podem ser feitas são que o ensino de história na escola básica deve ser feito buscando atingir certos objetivos, que giram em torno de: a compreensão por parte do professor do seu papel como auxiliar na criação de um espaço que permita o aprimoramento do pensar historicamente; entender o aluno como construtor desse espaço e não o mero sujeito que Paulo Freire já alertava não ser viável no ensino, o aluno de conhecimento bancário, totalmente passivo e receptivo as ideias passadas pelo professor; ter noção que os alunos são munidos de consciências históricas formadas em ambientes diversos e que não devem ser menosprezadas em prol da consciência histórica acadêmica , mas o professor deve se alertar também para a necessidade de se diferenciar o entendimento das diferentes consciências históricas e a formação das identidades não razoáveis que Cerri alerta. Possuindo esses conceitos e objetivos em mente e entendendo que o ensino de história busca a orientação da vida humana pratica atual, por meio da interação entre passado, presente e futuro, acredito que a jornada na escura floresta da licenciatura se torne um pouco mais luminosa.


Referências
Ronny Costa Pereira é graduando em Licenciatura em História da Universidade estadual de Feira de Santana.

ALBUQUERQUE JR, Durval Muniz de. Fazer defeitos nas memórias: para que servem o ensino e a escrita da história? In: Gonçalves, Marcia de Almeida et all (org.). Qual o valor da história hoje? Rio de Janeiro: FGV, 2012, p. 21 – 39

CERRI, Luis Fernando. Ensino de História e Consciência Histórica: Implicações didáticas de uma discussão contemporânea. São Paulo, FGV de Bolso, 2011.

___________. Didática da História: uma leitura teórica sobre a História na prática. Revista de História Regional 15(2): 264-278, Inverno, 2010.

___________. Recortes e organizações de conteúdos históricos para a educação básica. In: Antíteses, vol. 2, n. 3, jan.-jun. de 2009, pp. 131-152 http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses.

SCHMIDT, Maria Auxiliadora. Literacia histórica: um desafio para a educação histórica no século XXI. Revista História & Ensino, Londrina. V. 15, p. 09-22 ago. 2009.

22 comentários:

  1. Diante da importância do ensino da história, como você enxerga as mudanças no ensino médio com o fim da história (disciplina isolada) e sua incorporação a ciências humanas? Marlon Barcelos Ferreira

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    1. Olá Marlon! Considero essas mudanças causadas pela nova BNCC um retrocesso enorme na educação publica como um todo. Referente ao ensino de história, essa "fusão" da ciências humanas além de possuir um caráter histórico de limitação e censura da disciplina História do período da ditadura de 1964, representa a concepção de que a História (assim como as demais áreas das ciências humanas) só possuem um valor interno, quase técnico, em que somente aquele que se interessar em trabalhar com a área, deve possuir qualquer conhecimento sobre a mesma. E retirar a História do lugar de conhecimento de direito para conhecimento "opcional técnico" é um desserviço enorme para nossa educação.

      Ronny Costa Pereira

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  2. Entendendo a relevância da consciência histórica na formação do aluno de forma a capacitá-lo a olhar e interpretar o mundo enquanto sujeito histórico, você considera a possibilidade de determinada influência ideológica agregada à narrativa histórica no ensino?
    Kelly Caroline dos Santos Vieira Gomes

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    1. Olá Kelly!
      Partindo de uma concepção critica positiva de ideologia, considero que ideologias podem sim auxiliar na construção de uma narrativa na sala de aula. Principalmente se as estruturas dessa ideologia se articulam com a vivencia dos estudantes (O marxismo em realidades de estudantes que trabalham para ajudar a família facilitam compreensões históricas ligadas ao trabalho e exploração/ Discussões de Gênero se tornam fundamentais para melhor conexão entre realidades quando a sexualidade é questionada ou afirmada entre alunos, etc.) Em geral, são benéficas para criar conexões históricas que possam ter mais sentido para os estudantes.

      Ronny Costa Pereira

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  3. Olá,
    Como você sugere que ensinemos os conteúdos previstos, e façamos uma análise histórica sobre os fatos, se as aulas de história geralmente tem carga horária menor do que a de outras matérias?

    Crislli Vieira Alves Bezerra

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. olá Crislli!

      Realmente a redução cada vez mais agravante do tempo de aula que o professor de História possui, prejudica as possibilidades e qualidades de ensino. Nesse sentido, acho que a autonomia do docente deve pesar e o mesmo decidir quais conteúdos devem ocupar maior tempo na sala de aula. Infelizmente vivemos nessa "corda bamba" entre conteúdo e reflexões passado-presente, e particularmente acho que, quando o professor achar necessário, alguns conteúdos podem ser reduzidos em prol de uma reflexão conjunta das aplicações na vida do estudante, desse conhecimento histórico adquirido. Claro, sempre essa decisão deve estar nas mãos do Docente que está trabalhando com a turma.

      Ronny Costa Pereira

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  4. Ola Ronny como na pratica pedagógica vc poderia contribuir para literacia histórica?

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    1. Olá Ana Paula!
      Penso que a contribuição pratica se dá nas ações de ensino que busquem para além de ensinar conteúdos históricos, orientem o estudante na compreensão de mundo dele, que ao ensinar sobre Ágora na Grécia Antiga, trilhe inicialmente por tentar ouvir/entender o que é cidade para os estudantes, e qual importância eles veem nela. Em suma, a fuga da pratica de ensino que impõe conceitos e a tentativa constante de entender e utilizar os conhecimentos dos estudantes sobre o mundo e auxilia-los a aprimora-los é a principal contribuição a se fazer.

      Ronny Costa Pereira

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  5. Bom dia Ronny, parabéns pelas suas considerações e inquietações sobre a importância do ensino de historia na Educação Básica atual, a partir disso, gostaria de perceber seu entendimento à respeito da implantação da BNCC e a articulação com o ensino da história regional para os alunos do Ensino Fundamental.

    GUSTAVO CEZAR WALTRICK

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    1. Olá!
      considero que o ensino de historia regional é fundamental para a educação basica e que a BNCC, no sentido de tentativa de padronização de ensino, prejudica em muito esse estudo de ensino regional, que já é colocado de lado pelas nossa diretrizes de ensino.

      Ronny Costa Pereira

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  6. Ronny, boa tarde. Durante a leitura não pude não lembrar da LDB e do PCNEM e/ou EF, acho de grande importância essas diretrizes para a educação brasileira. Você trabalha se orientando por elas também? Vê nessas diretrizes uma boa alternativa para despertar no aluno o pensar criticamente?
    Ass: Maria Clara Felipe Gonçalves

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    1. Olá Maria Clara!
      Considero a LDB e o PCNEM diretrizes base para o compreensão do ensinar história. Apesar de algumas ressalvas em relação a generalizações e alguns conceitos discordantes, ambas conseguem estruturar muito bem ao meu entendimento, sobre a função do ensino de história na educação básica, e são fundamentais para guiar o docente em seu papel de articular o aluno, conteúdo e realidade do mesmo.

      Ronny Costa Pereira

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  7. Lendo seu texto pensei na seguinte questão:

    Quando penso no professor de historia hoje me vem a imagem de um professor esquerdista, esta visão esta correta? É apenas uma visão atual? E partindo deste principio de da visão de esquerda, não seria tendencioso da mesma forma, porém com outra direção?

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    1. Olá Thiago!
      Não considero saudável o estereotipo "esquerdista/direitista", acho que elas limitam e polarizam demais discursos, grupos e indivíduos que são muito mais dinâmicos do que isso. E sim, essa é uma visão atual do docente de História, criada muito por discursos políticos ligados ao liberalismo econômico e social, que no nosso pais, tem com os docentes ligados as humanidades, ideias em geral opostas, que faz com que esses grupos rotulem os docentes dessa forma para deslegitimar seus discursos.

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  8. Boa tarde Ronny, trabalho muito interessante.

    O ensino da história e outras matérias de ciências humanas, nos últimos tempos esta se discutindo a retirada dessas disciplinas da grade curricular, que seria uma absurdo. Você acredita que a abordagem pela parte dos professores
    da vivência e construção do conhecimento feita pelo aluno é cada
    vez necessário para se mostrar a importância dessas disciplinas, tais como a história.

    ANDRESSA FERNANDES CASAL

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    1. Olá Andressa!
      acho que é sim fundamental tentar abordar as vivencias dos estudantes e de suas localidades, para tentar mostrar a importância do ensino de historia, que foi e é visto por muitos como apensas um reprodutor de oficialidades, e que o governo e diretorias utilizam como argumento para reduzir sua participação no meio escolar.

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  9. Olá Ronny, tudo bem? Estou começando meu mestrado. Tenho vontade de fazer uma verificação sobre a Pós-modernidade e os possíveis conflitos com o ensino dito "tradicional" de História. Na sua opinião o livro da autora Maria Auxiliadora Schmidt pode ser uma fonte que pode contribuir com meu trabalho?

    Grato pela sua atenção!

    Gustavo.

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    1. Olá Gustavo!
      Ótimo tema de pesquisa! acho que a concepção pós-moderna trouxe uma nova concepção em relação ao ensino, se diferenciando tanto do ensino tradicional, quanto as criticas marxistas de ensino. Os estudos da Maria Auxiliadora Schmidt ao meu ver são importantes para essa discussão, principalmente porque as concepções de ensino que ela trabalha partem de tentar compreender a subjetividade do indivíduo e uma forma de ensino que é muito mais maleável do que as vertentes de ensinos anteriores, e possui uma conexão teórica forte com as correntes pós-modernistas de concepção de sociedade.

      Ronny Costa Pereira

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  10. Boa noite, de acordo com o que li em seu texto, você questiona o objetivo da História de apenas formar o cidadão, No entanto, era exatamente essa o principal objetivo quando da implantação do ensino de Estudos Sociais no Brasil. Na sua opinião, esse objetivo acabou perpassando todos esses anos, até os dias atuais ou esse objetivo acabou sendo substituído por outros?

    MAX WILLES DE ALMEIDA AZEVEDO

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    1. Olá Max Willes!

      Realmente, criar um bom cidadão foi o principio original da educação básica no ocidente, muito ligada em um aspecto de criar uma identidade nacional. Considero que esse objetivo se modificou no Brasil, principalmente do fim da era Vargas em diante, já que não se tinha mais a necessidade de identidade nacional. Entretanto, não se criou um objetivo concreto para substitui-lo, a ponto de essa ideia de construir um cidadão ter sido reproduzida como base educacional em diretrizes e leis brasileiras por décadas, de forma vazia e moralista apenas. O ensino brasileiro ao meu ver nas ultimas décadas teve como objetivo pratico somente a reprodução de "Normalidades sociais", ensinando somente aos estudantes "como as coisas são, eram e sempre serão desse mesmo jeito".

      Ronny Costa Pereira

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