Roberg Januário dos Santos e Lucilvana Ferreira Barros [2]


HISTÓRIA REGIONAL E ENSINO DE HISTÓRIA: POR UMA APRENDIZAGEM HISTÓRICA DA “DI-VISÃO” NA NAÇÃO


Introdução 
“É tarefa do professor estar continuamente aprendendo no seu próprio trabalho, procurar novos caminhos e novas alternativas para o ensino, avaliar e experimentar novas atividades e recursos didáticos, criar e recriar novas possibilidades para sua sala de aula e para a realidade escolar. Isto implica ler e se informar sobre diferentes propostas de ensino de História, debater seus propósitos e seus fins, discutir seus objetivos, criar sua proposta de ensino dentro da realidade da escola, manter claros os objetivos da sua atuação pedagógica, selecionar conteúdos, relacioná-los com a realidade local e regional[...]” (PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS, 1998, p.80-81).

O fragmento selecionado e apresentado acima advindo dos PCNs da área de História para o ensino fundamental (5ª A 8ª SÉRIES), além de recomendar o permanente aprendizado por parte dos professores, ainda salienta que este aprendizado continuo considere os contextos locais e regionais.  Nas possibilidades do espaço deste texto, busca-se refletir acerca da relação da história regional com o ensino de história e a possibilidade de a primeira integrar o reportório de aprendizagens históricas do último.

A ideia de região
Sobre o conceito de região, partimos inicialmente de Pierre Bourdieu, para quem “a região é o que está em jogo como objeto de lutas entre os cientistas, não só geógrafos, é claro, que, por terem que ver com o espaço, aspiram ao monopólio da definição legítima, mas também historiadores, etnólogos” (BOURDIEU, 1989, p. 108). Ou seja, neste caso, Bourdieu se remete ao processo constitutivo das regiões a partir de diversas matrizes de pensamento, além dos geógrafos e a dimensão do espaço físico. Nesse sentido, sociólogos podem se interessar pela região à medida que podem estudar movimentos regionalistas, muitas vezes, surgidos de certas contraposições à Nação. Segundo Bourdieu, a região é resultado de um processo de di-visão, derivando um movimento de descontinuidade na continuidade natural, traçando fronteiras, um tipo de ato régio, ou seja, ato de circunscrever a região impondo certa definição. Neste ponto, Albuquerque Junior, historiador e estudioso da questão regional nordestina, esclarece que “a constituição de um Estado centralizado e centralizador quase sempre requer a repressão e combate a qualquer forma de regionalismo ou de qualquer forma resistência local a fazer parte desta nova realidade que se estabelece”.

Além do mais, a região representa a força de quem a define e revela ser um ato de conhecimento, a qual estaria firmada em um poder simbólico, notadamente no reconhecimento de sua existência. Bourdieu sustenta que a região nada tem de natural, pois é fruto de lutas no campo de delimitação dela própria. Ainda segundo este autor “o discurso regionalista é um discurso performativo, que tem em vista impor como legítima uma nova definição das fronteiras e dar a conhecer e fazer reconhecer a região assim delimitada”. Como exemplo do poder do discurso na construção de uma região, pode-se aventar o exemplo da invenção do Oriente a partir dos interesses ocidentais, é sobre tal questão que trata Edward Said em seu clássico Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente, ocasião em que enxergando um plano de fundo imperialista ocidental, este autor analisa o Orientalismo como um sistema de conhecimento sobre o Oriente que produz uma distinção ontológica e epistemológica. Said enfatiza em seu livro que a região do Oriente emergiu de um campo de estudos que esteve baseado em certa unidade geográfica, cultural, linguística e étnica. Ainda segundo este autor, os campos de estudos são criações e “adquirem coerência e integridade com o tempo, porque os eruditos se dedicam de diversas maneiras ao que parece se um tema decidido em conjunto” (SAID, 2007). Neste sentido, Albuquerque Junior (2011, p. 37) elenca que:

“a região não é uma unidade que contém uma diversidade, mas é produto de uma operação de homogeneização, que se dá na luta com as forças que dominam outros espaços regionais, por isso ela é aberta, móvel e atravessada por diferentes relações de poder”.

Bourdieu ainda se remete ao fato de as construções regionais passarem por movimentos de identidade, na medida em que ocorre certa busca pela unidade legítima da representação do espaço, ocasionando as lutas em diversos campos. A produção de uma espacialidade regional demanda, como já citado, recursos identitários, para tanto, as identidades são demarcações interessadas, produtoras de diferenças que nunca são inocentes a ponto de se ariscar pensa-las que são desde sempre ou naturais ou ainda definidas por certa característica física. As identidades são produções humanas e historicamente situadas, cabendo assim realizar indagações. Segundo Lucia Lippi de Oliveira “no Brasil fala-se das identidades nordestina, paulista, gaúcha, mineira, amazônica, entre outras. Cada uma delas tem seu momento de nascimento, seus principais produtores, sua época de apogeu” (OLIVEIRA, 2010, P.50).

A historiografia regional
Os estudos de história regional emergiram no contexto da França dos anos de 1950, após uma fase da historiografia francesa conhecida como a “Era Braudel”, identificada pela atuação do historiador Fernand Braudel e suas obras que abordaram o “grande espaço”, como O Mediterrâneo na época de Felipe II (1946) e Civilização material, economia e capitalismo (1979), as gerações posteriores de historiadores elegeram uma nova possibilidade de abordagem histórica que privilegiasse o “pequeno espaço”, como informa Barros (2007). Neste contexto denomina-se a história das comunidades e dos espaços localizados de história local o que servia como entendimento para o que se conhece hoje em dia como história regional. À época, a história local ou história regional incorporava ao seu repertório a compreensão de espaço proposta pelos estudos do geógrafo francês Vidal de La Blache, para quem a região se dava previamente pela sua caracterização administrativa e/ou natural (rios, relevo, etc.). Este modelo de La Blache influenciou muitos historiadores e até hoje em focos de produção específicas notam-se ainda resquícios desta postura geográfica de entendimento das regiões.

Entre 1950 e 1970, com a emergência de novos grupos de historiadores, o modelo regional de La Blace perdeu espaço e os historiadores se deram conta que a região é algo construído e reconstruído, passível de invenções, teias discursivas, feita e refeita no âmbito das relações de força entre grupos ou espaços. Desde momento em diante, se reconhecia que o estudo da história regional não preexistia em mapas e recortes administrativos, mas passava pela interpretação historiadora das relações entre homem e o espaço como históricas, ou seja, sujeitas a mudanças no tempo. A crítica ao modelo de La Blache também adveio da Geografia, oportunidade que em 1976 o geógrafo francês Yves Lacoste desenvolveu forte crítica ao entendimento de região, por parte de Vidal de La Blache, pois segundo primeiro o conceito de La Blache era um “conceito-obstáculo”. Cardoso se reportando à compreensão de Lacoste, explicita que “Regiões unívocas, definidas de uma vez para sempre, deveriam deixar-se de lado em favor de regiões operacionais de diferentes tipos, com dimensões e significados variáveis e complementares” (CARDOSO, 1998, p.9).

Nestes termos, os historiadores passaram a compreender que o estudo de uma região não se atrelava automaticamente a recortes naturais (rios, florestas, relevos), administrativos (comarcas, delimitações de órgãos governamentais, entre outros), nem puramente econômicas (região agrária, polo industrial, área de livre comércio, entre outros), mas ao recorte histórico e historiográfico sobre a mesma, incidindo sobre análises do comportamento humano, suas relações e suas formas de apego e pertencimento, a região se configura como construção e não a priori, desde sempre. Para Barros:

“A ideia de “região”, neste sentido mais específico, associa-se à noção de que temos agora um lugar que se apresenta, ele mesmo, como sistema – com sua própria dinâmica interna – e que habitualmente se encontra ligado ou a uma rede de outras localidades análogas, ou a um sistema mais amplo[...]”.

Barros irá neste mesmo estudo diferenciar a região do local, pois na década de 1950 a história local equivalia na França a praticamente a história regional, no entanto, com o passar do tempo se faz necessário estabelecer as diferenças para se melhor distinguir o âmbito regional, considerando que “ em contrapartida, o “local” poderia se relacionar àquele lugar que é recortado por um problema transversal (cultura, político...). Barros tenta circunscrever o local no lugar, um espaço que não é um sistema ligado a um espaço maior.

Para tentarmos compreender um pouco mais acerca da noção de região entre os historiadores atuais, perscrutamos o sentido de região em alguns trabalhos. Conforme Campigoto (2010, p.44) ao estudar as relações entre Linguagem, região, fronteira e História, considera que “estudar os sentidos das regiões e das fronteiras é estudar as relações e conexões entre totalidades e partes, conjuntos de sentido e componentes de significados”. Para Stein e Olinto (2010, p.71), a categoria região “[...] foi e é empregada como instrumento de legitimação de grupos e de suas reivindicações. Especialmente como ferramenta na elaboração de projetos políticos, econômicos e na construção de identidades coletivas”. Para Castro (2013, p. 323) “ região pode designar tanto uma associação entre países, sob uma perspectiva global, como um agrupamento de municípios cujos os habitantes tenham em comum determinada imagem de si mesmos e do espaço que habitam”. Ainda para a autora, o espaço regional, para a análise historiográfica, deve ser considerado uma construção multiforme, com densidades diferentes, dimensões e significados históricos também diferentes.

O regional e a história(grafia) brasileira
A questão regional no Brasil ganhou intensidade ligada às questões separatistas na época do Império brasileiro, deve-se lembrar das chamadas revoltas  do período regencial, a exemplo da Cabanagem, Balaiada, revolta de Pinto Madeira, Guerra dos Cabanos, entre outras, quando as questões locais e provinciais eram fortes frente ao sentimento de brasilidade, é preciso ressaltar uma circunstância essencial para a emergência de propostas autonomistas/regionalistas no Brasil, a saber: o debate político em torno da questão regional surgido no Brasil que envolveu um campo de forças entre as chamadas províncias do Norte e as províncias do Sul. Maura Penna (1992), tomando por base as reflexões de Rosa Godoy Silveira, enfatiza que o discurso regionalista é iniciado a partir da segunda metade do século acima citado quando as elites regionais passam a produzir discursos defendendo os interesses das províncias do Norte junto ao Governo Imperial em detrimento dos interesses de outro bloco, o do Sul. As elites do Norte (do Amazonas à Bahia) partiam da premissa que se vivia uma crise econômica (falta de financiamentos, de capital, transportes e infraestrutura, etc.), a citada crise devia-se ao governo Central, haja vista que este mesmo governo privilegiava o Sul. Assim surge a ideia de Sul-obstáculo ao desenvolvimento do Norte.

Segundo alguns trabalhos da historiografia brasileira, o debate regionalista se intensificou a partir de 1870 mediante o degaste da monarquia centralizadora e a confluência da propaganda republicana fazendo ressurgir projetos federalistas no cenário nacional fomentando ideias como autonomia e progresso, tendo em vista que por muito tempo o governo imperial compreendeu o Brasil por meio de uma geografia regional simplista que separava o Brasil em Norte e Sul, sendo o Norte do Amazonas à Bahia e o Sul do Espirito Santo ao Rio Grande do Sul (MELLO, 1984). Esta situação provocou cada vez a emergência de bandeiras regionalistas ligadas à defesa de interesses comuns de determinadas áreas e suas elites, a exemplo das elites do Norte que se sentiam prejudicadas pela crise em sua cadeia produtiva agrária em detrimento do reclamado privilégio concedido pelo governo ao Sul cafeeiro.

Registra-se que duas instituições incumbidas da construção discursiva de um saber sobre o Estado Nacional brasileiro imperial reverberaram as discussões regionais, a saber: O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), fundado no Rio de Janeiro em 1838 e a Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro, fundada em 1889. Nas palavras de Salgado (2017) e Cardoso (2016), as duas instituições representariam nos trópicos um projeto de Nação. A primeira instituição imbuída de produzir uma história nacional alinhada à história da civilização europeia com modelos de sociedade e narrativa do social; a segunda instituição voltada para o debate da integração geográfica do Brasil, mediante suas fronteiras e espaços. Todavia, as duas instituições acabavam por tratar das regiões à medida em que era preciso integrar o território nacional, seja pela história, seja pela geografia das fronteiras e espaços distantes para a nação à época, como a região amazônica. Segundo Peixoto (2011) as preocupações do IHGB com o regional datam de meados da década de 1850, quando foi instituída a Comissão Científica de Exploração do IHGB que percorreu várias províncias do Norte do país, o que atualmente constitui vários Estados do Nordeste. Segundo o autor citado, os discursos produzidos pela Comissão em tela contribuíram com suas metáforas e retórica para inscrição da região Norte, especialmente pensada enquanto região de secas. Este apontamento de Peixoto contribui para a discussão historiográfica acerca da emergência do debate regional no Brasil, pois ao invés da década de 1870, localiza o debate regional no IHGB ainda na década de 1850.

A questão da identidade nacional trouxe para o palco do debate o caso das identidades regionais nas primeiras décadas do século XX. O regionalismo após 1920 apresenta-se diferente daquele regionalismo aliado a construção da nação vinculado ao naturalismo do meio, desta feita, passava a figurar um regionalismo folclórico, de produção humana, com vínculos nas tradições e apego a figuras, temas e símbolos. Neste cenário, o movimento modernista brasileiro, por exemplo, esteve até certo ponto a serviço da invenção das tradições e não do moderno, como no cenário europeu, pois as viagens de Mário de Andrade pelo Brasil visavam, sobretudo, identificar as tradições regionais e instituí-las enquanto nacionais. Um dos casos mais denotadores de construção regional no cenário brasileiro foi a invenção do Nordeste na década de 1920, pois conforme Santos (2017), tomando por base os estudos do historiador Albuquerque Junior:

“A crise no campo e a modernização dos espaços aceleram a decadência das antigas elites do que hoje é o Nordeste, demandando um trabalho discursivo enfático de promoção de visibilidade para a região mediante um discurso da tradição e um sentimento de saudade, apresentando uma região rica culturalmente e, portanto, distinta e digna de representação. Nesta conjuntura, as elites provocam a emergência de um status de representação regional mediante a cultura ou o regionalismo nordestino” (SANTOS, 2017p. 23).

O caso do Nordeste permite perceber a força dos grupos dos movimentos regionalistas no Brasil, sobretudo, ao pôr em relevo o movimento tradicionalista do Recife e o Manifesto Regionalista de 1924, além das produções de Gilberto Freyre, especialmente o livro Nordeste (1937), sintomáticas ações regionalistas.

A história regional e o ensino de História
É importante destacar que no campo epistemológico com a crítica às grandes narrativas ocorreram revisões da história nacional provocando à valorização da história regional. Nestes termos, se a história nacional trabalha mediante à integração e a busca das semelhanças nacionais, a história regional passou a caminhar na compreensão das diferenças regionais. Segundo Bittencourt (2011, p. 161), a história regional passou a ser valorizada em virtude da possibilidade de fornecimento de explicações na configuração, transformação e representação social do espaço nacional [...]”. Segundo a autora, a história regional permite um aprofundamento do conhecimento sobre a história nacional, mediante as relações diversas que constituem a nação.

É perceptível que nos currículos escolares a história regional se manifeste, em grande medida, por meio dos componentes curriculares que versam sobre a história dos Estados, salvos em casos como o currículo do Estado do Pará que possui uma disciplina denominada Estudos Amazônicos, desta feita de conotações regionais. As histórias regionais no contexto brasileiro aparecem em maior densidade nos currículos da educação superior, e neste caso, as regiões Norte e Nordeste, conforme Caimi (2013), lideram com o maior número de disciplinas regionais, daí a existência de disciplinas como história do Nordeste e história da Amazônia.

A história regional pode contribuir efetivamente para se problematizar a construção de identidades; aparece como um campo da história capaz de fomentar o estudo dos agentes e instituições ditas regionais; área capaz de mobilizar saberes que investiguem a produção dos tipos e sujeitos regionais e sua inserção no cenário nacional, quando houver. A história regional pode possibilitar a compreensão histórica entre o local e o nacional. No caso do Brasil com dimensões continentais, a história regional pode melhor dá conta das dinâmicas territoriais, populacionais e econômicas de determinados espaços.

As práticas docentes ao incorporarem a história regional podem privilegiar o estudo dos discursos regionais protagonizados pelos intelectuais e escritores, além de pesquisarem nas produções fílmicas, imagéticas e musicais quando aparecem os enunciados regionais, como falam de unidade, de pertencimento e apego a um espaço que não é a cidade, nem o Estado e nem o país.

Portanto, este texto teve a intenção inicial de tratar do campo da história regional pensando na interface da história, da historiografia e do ensino de História, constituindo-se numa reflexão que visa fomentar a atenção do professor/historiador para a história regional.

Referências
Roberg Januário dos Santos: Doutorando em História pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Pará. Professor efetivo do curso de História do Instituto de Estudos do Trópico Úmido, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará. Esta publicação é fruto das reflexões teóricas realizadas no âmbito dos Projetos de pesquisa: O Embate Fronteiriço Paraense: a tentativa de criação do Estado de Carajás e sua recepção na cidade de Xinguara - PA (1989 2011); História nos arquivos escolares: mapeando fontes para o estudo da história da educação na cidade de Xinguara/PA, com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq.

Lucilvana Ferreira Barros: Doutoranda em História pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Pará. Professora efetiva do curso de História do Instituto de Estudos do Trópico Úmido, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará. Esta publicação é fruto das reflexões teóricas realizadas no âmbito dos Projetos de pesquisa: O Embate Fronteiriço Paraense: a tentativa de criação do Estado de Carajás e sua recepção na cidade de Xinguara - PA (1989 2011); História nos arquivos escolares: mapeando fontes para o estudo da história da educação na cidade de Xinguara/PA, com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq.

Referências
ALBUQUERQUE JR, Durval Muniz de. Preconceito Contra a Origem Geográfica e de Lugar: as fronteiras da discórdia. São Paulo: Cortez, 2007.

ALBUQUERQUE JUNIOR, Durval Muniz de. A Invenção do Nordeste e Outras Artes. 5ª ed. Recife: FJN; Ed. Massangana; São Paulo: Cortez, 2011.

BARROS, José D’Assunção. História, Espaço, Geografia: diálogos interdisciplinares. Petrópolis, RJ, Vozes, 2017.

BITTENCOURT, Circe M. Fernandes. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2004.

BOURDIEU, Pierre. O Poder Simbólico. Lisboa, Difel/Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1989.

CAIMI, Flávia Eloisa. A licenciatura em História frente às atuais políticas públicas de formação de professores: um olhar sobre as definições curriculares. Revista Latino-Americana de História. Vol. 2, nº. 6 – Agosto de 2013 – Edição Especial.

CARDOSO, Ciro Flammarion. Repensando a construção do espaço. Revista de História Regional 3(1):7-23, Verão 1998.

CARDOSO, Luciene Pereira Carris. Intelectuais, Militares, Instituições na Configuração das Fronteiras Brasileiras (1883 – 1903). São Paulo: Alameda, 2016.

CASTRO, Pérola Maria Goldfeder e. A Região Imaginada: fronteiras e representações espaciais de Minas Sul. In: DIAS, Renato da Silva; ARAÚJO, Jeaneth Xavier (Org.). Representação do Sertão: poder, cultura e identidade. São Paulo: Humanitas, 2013.

MELLO, Evaldo Cabral de. O Norte Agrário e o Império (1871 – 1889). Rio de Janeiro: Topbooks, 1999.

OLIVEIRA, Lucia Lippi de. Nação, região e geografia. In: HEIZER, Alda; Videira, Antonio Augusto Passos. (Org.). Ciência, Civilização e República nos Trópicos. 1ed.Rio de Janeiro: Mauad/Faperj, 2010.

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS, 1998.

PEIXOTO, Renato Amado. O Dromedário e as Borboletas. In: Cartografias Imaginárias: Estudos sobre a construção da história do espaço nacional brasileiro e a relação história e espaço. Natal: EDUFRN; Campina Grande: EDUEPB, 2011.

PENA, Maura. O Que Faz Ser Nordestino: identidades sociais, interesses e o “escândalo” Erudina. São Paulo: Cortez Editora,1992.

SAID, Edward W. Orientalismo: o Oriente como Invenção do Ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

STEIN, Marcos Nestor; OLINTO, Beatriz Anselmo. Região: discurso e identidade. In: SALES, Jean Rodrigues; FREITAG, Liliane; FILHO, Milton Stanczyk. (org.) Região: espaço, linguagem e poder. São Paulo: Alameda, 2010.



9 comentários:

  1. Olá Roberg e Lucilvana! Gostei muito do tema e da abordagem escolhida por vocês, eu resido na cidade de Ponta Grossa (PR) e a história regional é pouco utilizada em todos os níveis de ensino; nem no curso que eu fiz de Licenciatura em História tinha uma disciplina direcionada a essa temática, e a história regional dentro do ensino de história é sim muito importante. Qual foi a motivação pra vocês escreverem sobre essa temática?
    Isabele Fogaça de Almeida

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    1. Prezada Isabele,
      Obrigado pela sua participação. A motivação de escrita do texto está relacionada a nossa trajetória de pesquisa na interface da História local e regional.
      Att,
      Roberto Santos
      Lucilvana Barros

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  2. Boa noite aos autores! Gostaria que eles discorressem sobre o entendimento deles da história regional como uma teoria ou uma metodologia de pesquisa e das aproximações possíveis com a microhistória.
    Caio Corrêa Derossi

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    1. Boa noite Caro Caio Derossi, agradecemos pela leitura do texto!
      Consideramos a história regional uma abordagem da história que possui suas diferenciações com a micro-história, esta última diferentemente da história regional é desenvolvida a partir de certa prospecção densa em um tipo de documentação, bem como uma densa descrição do acontecimento narrado. Além do mais, a micro-história apesar de se reportar em muitos casos a histórias de comunidades, buscar tratar da história de um sujeito, embora tenha um sentido último visando conexões mais amplas com outras histórias. Outras tantas diferenças surgem.
      Att,
      Roberg Santos
      Lucilvana Barros

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  3. Parabéns professores, muito bom o artigo. Uma vez que a ideia de região vai para além das divisões cartográficas. Mas há um empoderamento social na maneira que vemos as regiões do brasil, onde acabam criando imagem negativa.Sendo representada nos manuais didáticos. Quando refere se a região nordeste que só tem pobreza, miséria, um lugar que não tem mais solução. Professores gostaria que discorressem mais sobre como desconstruir essas representações. Obrigado, seu aluno Rildo Bento Tavares.

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    1. Olá Rildo, quanta satisfação em tê-lo como leitor.As representações regionais são carregadas de interesses e relações de poder, de modo que os manuais didáticos acabam por também conduzirem determinadas representações regionais. Uma maneira de não se centrar em representações regionais clássicas, até certo ponto estereotipadas, é a busca de outras leituras, fontes, entre outros suportes. Por exemplo,a representação do Nordeste pode ser repensada mediante a leitura de trabalhos que discutem o regional, bem como o uso de fontes que podem conduzir ao entendimento de que a representação de uma região é um processo de construção. Neste caso ainda, em uma determinada aula, o docente pode trabalhar duas obras, a saber:Nordeste (1937) de autoria de Gilberto Freyre e a O Outro Nordeste (1937), escrita por Djacir Meneses. Dois intelectuais nordestinos, mas colaboraram para a construção da reunião por meio de suas representações, sendo o que o primeiro representou o Nordeste litorâneo,doce e hamonioso; por outro lado, o segundo escritor representou a região como Seca, quente, da caatinga... assim, é possível demonstrar o caráter construtivo da região. Por fim, a imagem de um Nordeste de Seca, cangaceiros e missionários é uma representação que serviu e serve para determinados segmentos reforçar poderes e se sobresairem nos jogos identitarios.
      Continuemos ,
      Prof. Roberg Santos
      Profa. Lucilvana Barros

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  4. Candida Lisboa Belmiro12 de abril de 2018 às 14:46

    Olá professores, a História Regional está asseguradas na Lei Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nos Parâmetros Curriculares Nacionais e também pela Base Nacional Comum Curricular, mas em nosso Município ainda há uma grande dificuldade para trabalhar esse tema devido a falta de formação continuada para professores que atuam nos anos iniciais do Ensino Fundamental.Gostaria de saber de vocês qual a melhor forma para abordar essa temática com crianças do primeiro ano do Ensino Fundamental I?

    Candida Lisboa Belmiro

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    1. Olá Candida Belmiro, obrigado pela questão.
      Geralmente nos iniciais a história local é mais acionada nos comandos presentes nos materiais didáticos. Apesar de se aproximarem, a história local e a história regional possuem certas diferenças. Pensamos, apenas para iniciarmos esta reflexão, que além do ensino de história nas séries iniciais do fundamenta I contemplar o estudo do bairro, da rua e da cidade como espaços mais próximos das crianças, é possível a busca pela aproximação a história da comunidade entorno da cidade, da paisagem que circunvizinha a cidade, de acontecimentos próximos, entre outros. Assim, aventa-se uma chave de inserção do regional nesta fase do fundamental I.
      vamos dialogando...
      Att,
      Roberg Januário dos Santos
      Lucilvana Ferreira Barros

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  5. Parabéns professores pelo excelente trabalho. Dentro da questão de ensino da história regional, gostaria que discorressem a respeito da reflexão de como trabalhar, articular o ensino acadêmico com o ensino escolar quanto a valorização e relevância da história regional. Como trabalhar e articular a relação entre patrimônio cultural e história regional? quais didáticas e metodologias podem ser utilizadas quanto ao ensino?
    Taynara Zulato Rosa

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