Edmilson Antonio da Silva Junior

A UTILIZAÇÃO DAS FONTES ESCRITAS NO ENSINO DE HISTÓRIA

No campo historiográfico, a utilização de uma fonte histórica é essencial para a construção do trabalho. Isto porque ela permite ao historiador a oportunidade de questioná-la, com o objetivo de entender o passado, afinal, sendo produzida em determinado período, expressa implícita ou explicitamente, o pensamento contemporâneo à época. Sob esta perspectiva, a utilização das fontes escritas como parte do plano de aula é importante tanto para o processo de ensino-aprendizagem, quanto para o “despertar” da consciência histórica do educando. Diversas metodologias poderiam ser usadas, mas aos nossos olhos, torna-se mais fácil ser bem sucedido nessa experiência se operarmos sob a ótica da História Cultural, pois, devido a sua amplitude, podemos entrar em contato com outros domínios, como a área da linguística, mais especificamente a Análise do Discurso.

Ensino e História
O ensino está atrelado a diversas colunas de sustentação que possuem em sua plataforma dois agentes desse processo: quem ensina e quem aprende. Contudo, vale ressaltar que quem ensina não transfere conhecimento, compartilha; e nesse processo aprende também. O sujeito que aprende também ensina, visto que não é uma caixa vazia, pelo contrário, possui um vasto conhecimento de mundo que em determinadas ocasiões pode auxiliar no processo educativo [Freire, 2014].

A História como Ciência está atrelada à segunda metade do século XIX, porém, é no século XX, mais especificamente em 1929, na França, com a fundação da Escola dos Annales por Lucien Febvre e Marc Bloch que há uma reformulação nos métodos historiográficos. De forma geral, Bloch, Febvre e seus seguidores conseguiram introduzir novas ideias sobre a cientificidade da História e, com isso, diversos outros conceitos dentro do campo das Ciências Humanas foram reformulados. Pode-se dizer que duas das maiores marcas deixadas pelos Annales foram à interdisciplinaridade e a relativização conceitual de Fonte Histórica.

No Ocidente, alguns intelectuais franceses, em meados do século XVIII e XIX começaram a sistematizar a importância das Fontes para a escrita da História, contudo a definição de Fonte Histórica para esses eruditos era intransigente, pois para eles só deveriam ser considerados como Fonte Histórica documentos escritos, sobretudo oficiais. Recebendo a influência desses pensadores, a Escola Metódica ou Positivista, não acolheu apenas essa ideia, mas também algumas outras como, por exemplo, a concepção (hoje ultrapassada) de que a fonte fala por si. Isto é, os documentos utilizados para basear o trabalho historiográfico eram considerados irrefutáveis, prova inquestionável do que ocorreu. Não cabia ao Historiador questionar, ou mesmo duvidar do registro oficial, apenas utilizá-los.

Contudo, como apontado anteriormente, o surgimento da Escola dos Annales colocou em decadência esse pensamento e, caminhando na contramão do positivismo, as gerações posteriores à década de 1930, como seus seguidores da “Nova História”, modernizaram tanto o Conceito de História, quanto o conceito de Fonte Histórica. Esta segunda concepção, inclusive, além de renovações no que se compreendia dela, possuiu uma relativa renomeação. Em outras palavras, alguns historiadores preferem hoje, o termo “vestígio histórico” [Silva; Silva, 2017], afinal, tudo o que o homem toca pode vir a ser fonte e alicerçar algum trabalho historiográfico, por isso, deve o profissional da História desenvolver o instinto de Ogro, sentir o cheiro de carne humana e ir atrás. (Bloch, 2001)

Na verdade, não basta apenas perseguir as fontes, é necessário que o historiador com uma metodologia de análise, examine os vestígios encontrados para que possa interpretá-los e, assim, construir um trabalho historiográfico. No caso específico deste texto, as fontes escritas, preferimos trabalhar com a História Cultural, pois ela tem por objetivo reconhecer a forma como determinadas realidades sociais, em diferentes espaços e tempos, são pensadas, e para isso, utiliza três conceitos chave: representação, prática e apropriação. Essas noções, quando se deparam com escritos, entrelaçam os dedos com a Análise do Discurso, pois toda forma de expressão pode sofrer apropriação, independente da forma representativa de tal discurso para o receptor. Entendemos que a partir desse contato, o leitor pode mudar a concepção que possui referente a si e aos outros [Chartier, 2002].

A História Cultural
O título acima denomina uma metodologia de pesquisa bastante comum nos dias de hoje, isto porque, mesmo os trabalhos voltados para a historiografia tradicional, como a história econômica ou política possuem, para mais ou para menos, a utilização de arcabouços da História Cultural.

Esse método historiográfico que podemos nos debruçar atualmente não surge à moda geração espontânea, pelo contrário: segundo Peter Burke, a escrita de livros direcionados à uma análise cultural da sociedade em determinado tempo e espaço precede a virada cultural em 1970, como “A ética protestante e o Espírito do Capitalismo” (1904-1905), escrito por Max Weber. É evidente que tais obras não possuíam a rigorosidade metodológica da História Cultural, mas evidenciam uma preocupação com o termo “cultura”, ou pelo menos, com suas representações. [Burke, 2008].

O rigor é construído gradativamente até os anos de 1970 e 1980, décadas que abarcam a Virada Cultural, na qual, historiadores como Carlo Ginzburg, que se definiam historiadores sociais, ou apreciadores de Marx, voltaram-se para a antropologia na tentativa (bem sucedida) de atrelar “cultura e sociedade, de uma forma que não reduzisse a primeira a um reflexo da segunda ou a uma superestrutura [...]” [Burke, 2008, p. 56].

Apesar de não possuir uma definição concreta, aos nossos olhos, a História Cultural lida com as concepções de práticas e representações. Nessa perspectiva, acreditamos que os objetos do historiador cultural são os símbolos e suas variadas interpretações, estas últimas que, sendo particulares e coletivas ao mesmo tempo, criam e recriam infinitamente, representações, as quais acabam por construir outros símbolos. Em outras palavras: “A história cultural, tal como a entendemos, tem por principal objectivo identificar o modo como em diferentes lugares e momentos uma determinada realidade social é construída, pensada, dada a ler.” [Chartier, 2002, p.16-17].

Indo mais além dentro da História Cultural, é possível conhecermos correntes ligadas a uma nova perspectiva de história política. Utiliza-se comumente para essa ótica, teóricos como Pierre Bourdieu ou Foucault com as noções de poder e dominação, interessantes aqui em nossa metodologia. Além disso, usaremos também uma ferramenta bastante manuseada nesse campo: a Análise do Discurso. Ela é essencial para interpretar o dito e o não dito, nos auxiliando, assim, a arquitetar um panorama reflexivo sobre os micro-poderes presentes no período estudado. 

Em relação aos poderes, símbolos, práticas e representações discursivas, concordamos com Roger Chartier, quando ele escreve que

“As percepções do social não são de forma alguma discursos neutros: produzem estratégias e práticas (sociais, escolares, políticas) que tendem a impor uma autoridade à custa de outros, por elas menosprezados, a legitimar um projeto reformador ou a justificar, para os próprios indivíduos, as suas escolhas e condutas.” [Chartier, 2002, p.17].

A Análise do Discurso é utilizada comumente em uma percepção política da História Cultural ou, como escreve Thomas Mergel, a História Cultural da Política. Esta, desenvolvida no final da década de 1990, concordando com as demais correntes da História Cultural, pressupõe que o homem produz e interpreta símbolos. Percebida como um método, visa aproximar-se das fontes dissolvendo ideias ultrapassadas, que separam o político do cultural, por exemplo.

Essas aparentes barreiras entre a política e a cultura que por décadas foram aceitas, para o historiador cultural são ligações. Isto é, objetos e ações simbólicas comunicativas que quando interpretadas, unem esses dois campos que são intrínsecos [Mergel, 2010].

Para essa união dos campos historiográficos ocorrerem, é necessário, como dito, a interpretação das ações simbólicas. Essas podem se manifestar de diversas formas, como por exemplo, a escrita. Sendo assim, é importante expor a importância da Análise do Discurso como instrumento metodológico, seja nas áreas de pesquisa ou ensino.

Análise do Discurso (AD) percebe seu objeto, o discurso, como uma força que age sobre o homem, visando tirar, ou colocá-lo na inércia. Desde sua origem na linguística em 1960 até o presente, é tido como um aparato interdisciplinar, ou seja, a AD pode ser “uma caixa de ferramentas no vasto conjunto dos ‘métodos qualitativos’ das ciências humanas e sociais” [Maingueneau, 2015, p.32]. Tais ferramentas permitem ao Historiador apreender o discurso e “Tal procedimento tende a atenuar a fronteira entre as abordagens propriamente discursivas e outros métodos qualitativos, especialmente as técnicas de ‘análise de conteúdo’” [Maingueneau, 2015,p.32].

Então, quando relacionamos a História Cultural e a Análise do Discurso, possuímos o objetivo específico de relacionar os alicerces dos textos aos lugares sociais que os possibilitaram vida. Em outras palavras, o interesse da AD está no que entrelaça quem ou o que fala e de onde fala. Nessa visão, historiografar lugares independentes de seus discursos, ou vice-versa, é cometer reducionismos sociológico ou linguístico [Maingueneau, 2015].

O uso metodológico da História Cultural no processo de ensino
Trabalharemos agora com as ferramentas descritas acima, porém, para isso é necessário apresentarmos antes, a fonte escrita que utilizaremos para exemplificar as atuações que envolvem o educador e o educando.

O recorte temático escolhido para servir de demonstração do que se teceu acima será o surgimento da Ação Integralista Brasileira (AIB) no início da década de 1930. Por isso, decidimos abordar o documento (reimpresso em 1984) intitulado “Manifesto de Outubro” (1932). A escolha tanto do tema quanto do escrito foi feita devido ao prévio conhecimento sobre o material e principalmente por causa da proximidade que possuímos com os debates referentes aos integralismos ao longo do século XX.

A primeira publicação do Manifesto foi realizada no dia sete do mês de outubro e tinha como objetivo divulgar a fundação da AIB . O escrito foi divido em dez partes, cada uma abordando um assunto específico referente aos problemas e as suas possíveis soluções. Redigido por Plínio Salgado, responsável por chefiar o que viria a ser o primeiro movimento de massas do Brasil, o “Manifesto de Outubro” teve papel crucial na divulgação de ideais conservadores com:

“caráter Nacionalista, Antiliberal, Anticomunista, anti cosmopolita, corporativista; baseado em um Estado Forte e integral, tendo como alicerce fundamental para a estabilidade dessa estrutura, o cristianismo.” [Silva Junior, 2017, p.157].

Esses discursos foram reproduzidos pelos intelectuais católicos leigos, isto é, que não possuíam ligações institucionais com a Igreja Católica. Comuns no início do século XX, no Brasil, tais ideais faziam oposição à crescente, mas segundo Hélgio Trindade, desorganizada, esquerda operária que entre outras organizações, havia fundado, em 1922, o Partido Comunista do Brasil (PCB), mas não conseguiu atrair adeptos.

Diversos outros acontecimentos socioculturais e políticos corroboraram para o clima político vigente naquela época, como por exemplo, a Semana de Arte Moderna. Tal evento foi importante para as manifestações nacionalistas do pós-Primeira Guerra Mundial que, diga-se de passagem, Plínio Salgado participou, porém sem publicações literárias. Junto a esse evento marcante na História do Brasil,

“[...] à ascensão de um pensamento espiritualista e do movimento tenentista (que basicamente desejava causar reformas no país, sem a interferência das classes baixas) ocasionou a cristalização de um pensamento conservador, sem oposições proporcionais [...]” [Silva Junior, 2017, p.159].

Não bastando apenas essa introdução à fonte e ao contexto histórico, pois aos nossos olhos, apesar de útil, não cumpre com o que tecemos anteriormente. Isto porque deixam de lado, alguns pontos importantes, como o conceito de intelectual e suas relações com o catolicismo, com o conservadorismo e com a política. Percepções essas, cruciais para o educando que participará no processo de aprendizagem.

Segundo Carlos André Silva de Moura [2012], ser intelectual na primeira metade do século XX era ser um homem das letras, isto é, ser estudante ou graduado em algum curso superior, possuir algum cargo religioso, ser reconhecido como escritor ou poeta. Porém, vale salientar, o mais importante era exercer a atividade política, seja institucionalmente ou nos espaços de socialização, onde ocorriam os diversos debates acerca da conjuntura sociopolítica do país e do mundo.

“Quando se trata do intelectual e da religião, na primeira metade do século XX, é forçoso admitir que o discurso, principalmente o cristão, era facilmente aceito pela população, afinal, por uma questão histórica, desde a colonização, a Igreja mais atuante em terras brasileiras, é a Católica.” [Silva Junior, 2017, p.160].

Era função da intelectualidade, nesse período, governar, dirigir o país. Ou seja, havia a premissa de que existiam homens mais capacitados para chefiar a nação até o progresso, em direção aos países europeus. O pensamento acerca da soberania do chefe demonstrou-se mais evidente em 1929, quando houve o crash da bolsa de Nova Iorque, representando para os conservadores da época, o definhamento do Liberalismo.

Diametralmente ao que ocorria com a economia liberal, a Itália Fascista de Mussolini; a ditadura militar na Espanha; o apoio do Movimento Integralista Lusitano ao golpe militar em Portugal; os direcionamentos da Alemanha e outros caminhos da extrema direita mundial influenciaram a consolidação da Ação Integralista Brasileira em 1932, quando é publicado o Manifesto de Outubro.

Apresentado esse contexto aos educandos, é necessário que o educador exponha a fonte em sala, para que haja o contato, se não material (de forma impressa), pelo menos visual, por meio de projetores. É importante que o professor relembre aos estudantes que as palavras escritas no material, de forma alguma representam verdades absolutas, pelo contrário, simbolizam apenas uma expressão política autoritária do início do século XX.

Ainda que seja possível uma leitura integral do documento, caberá ao professor um recorte dos trechos que ele considera mais importantes para compreender o objetivo principal: o surgimento da AIB. Para exemplificar escolhemos algumas partes do documento a fim de sintetizar o pensamento do integralismo brasileiro e questioná-los a partir da História Cultural e da Análise do Discurso.

As primeiras palavras do texto chamam atenção justamente porque respondem uma das perguntas que um historiador deve fazer a sua fonte: A quem se dirige tal escrito?

“À Nação Brasileira – Ao operário do país e aos sindicatos de classe – Aos homens de cultura e pensamento – À mocidade das escolas e das trincheiras – Às classes armadas.” [SALGADO, 1982, p.1]

Além disso, em seguida, as primeiras palavras do capítulo primeiro enfatizam o viés cristão que baseia o integralismo: “Deus dirige os destinos dos Povos” [SALGADO, 1984, p.1]. Em seguida, há o que podemos interpretar como uma negativa ao socialismo marxista, pois se lê “Os homens e as classes, pois, podem e devem viver em harmonia.” [SALGADO, 1984, p.1].

Após exaltar uma nação indivisível no capítulo segundo, apela no terceiro para o princípio da autoridade, deixando evidente a característica autoritária no movimento. Já na quarta parte, “O nosso nacionalismo” utiliza um discurso de Estado Forte, intransigente e xenófobo: “O cosmopolitismo, isto é, a influência estrangeira, é um mal de morte para o nosso Nacionalismo. Combatê-lo é nosso dever” [SALGADO, 1984, p.3].

Uma das partes que nos chamou mais atenção foi o início do capítulo seis:

“Declaramo-nos inimigos de todas as conspirações, de todas as tramas, conjurações, conchavos de bastidores, confabulações secretas, sedições. A nossa campanha é cultural, moral educacional, social, às claras, em campo raso, de peito aberto, de cabeça erguida.” [SALGADO, 1984, p.6]

Isto porque não condiz com o que ocorreu, pois em 1938, frente à consolidação do Estado Novo Varguista, os integralistas tentaram uma tomada do poder que resultou no fracasso e exílio de Salgado em Portugal.

Sobre a questão social, no capítulo sétimo, pensam os integralistas que:

“O direito de propriedade é fundamental para nós, considerando seu caráter natural e pessoal. O capitalismo atenta hoje contra esse direito [...] O comunismo não é uma solução, porque se baseia nos mesmos princípios fundamentais do capitalismo” [SALGADO, 1982, p.7], o materialismo.

Nos outros trechos que seguem até o fim do folheto, Plínio Salgado tentou esboçar a importância da família para o Estado Integral, “[...] livre de todo e qualquer princípio de divisão: partidos políticos [...]; lutas de classes [...]” (SALGADO, 1984, p.11).

Agora, cabe ao professor diluir a distância aparente entre contexto histórico e a política proferida pelo documento, para poder abordá-lo de maneira mais coerente, objetivando sempre identificar como e por qual motivo essa realidade foi construída.

Em nossa análise,

“A AIB vem a ser, na terceira década do século XX, a materialização de um pensamento das classes médias e altas, as quais queriam preservar os latifúndios, evitar o cosmopolitismo na época tão rechaçado, seguir com as tradições das famílias patriarcais, sem a modernidade industrial e capitalista que “subverteria os valores morais e tiraria a mãe dos seios dos lares para as fábricas”. Na iminência de revoltas populares e formação de organizações operárias, era função do integralismo, a unificar essas frentes de luta em “defesa da nação”. Contra o comunismo, bolchevista “que assolava a Rússia com a fome e o caos social.” [...] o sentimento de nacionalidade exacerbada ocasionada, entre outras coisas, pela Primeira Grande Guerra, as sucessivas crises econômicas que induziram muitos cidadãos a clamar por um Estado Forte e protecionista [...], fizeram com que surgissem os integralistas no dia 7 de outubro de 1932, sob a defesa do conservador lema pelo qual, no futuro, ficariam conhecidos: “Deus, Pátria e Família.”” [Silva Junior, 2017, p.166].

Há alguns pontos metodológicos que podem auxiliar o educador e os educandos nessa empreitada. São eles: identificar o autor do texto e para quem ele escreve; traçar as redes de relações históricas da fonte analisada; identificar dentro do contexto histórico os rótulos empregados ao discurso do documento; analisar com atenção como surgem os discursos; questionar quem os promoverá e quem os oporá; analisar como eles ligam-se com outros discursos opressivos e, perceber como eles justificavam suas ações na época.

A utilização da fonte histórica nesse trabalho ocorreu devido a nossa experiência em analisá-las no fazer historiográfico. Contudo, o mais importante aqui são as questões levantadas, isto é, as perguntas feitas às fontes, pois ocasionam dúvidas e
“O educador que, ensinando [história] ‘castra’ a curiosidade do educando em nome da eficácia da memorização mecânica do ensino dos conteúdos, tolhe a liberdade do educando, a sua capacidade de aventurar-se. Não forma, domestica” [FREIRE, 2014, p.56].

Portanto, admitir que a educação é um ato político, por isso imparcial, pode contribuir para um ensino da História de uma forma crítica, questionadora, permitindo ao educando sua autonomia e uma possível libertação para a consciência histórica.

Referências
Edmilson Antonio da Silva Junior é graduando em Licenciatura Plena em História pela Universidade de Pernambuco (UPE), bolsista de Iniciação Científica do CNPq e membro do Laboratório de Estudos da História das Religiões (LEHR - UPE).
Carlos André Silva de Moura é Doutor em História pela Universidade de Campinas, professor adjunto do Departamento de História da Universidade de Pernambuco (UPE), coordenador do Laboratório de Estudos da História das Religiões (LEHR - UPE) e foi orientador deste trabalho.

BLOCH, M. Apologia da História ou o ofício do historiador. Tradução de André Telles.  Rio de Janeiro: Zahar, 2001.

BURKE, P. O que é História Cultural?. Tradução de Sérgio Goes de Paula. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

CHARTIER, R. A História Cultural: entre práticas e representações. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1990.

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 49 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014.

MAINGUENEAU, D. Discursos e análise do discurso. Tradução de sírio Possenti. São Paulo: Parábola, 2015.

SALGADO, Plínio. Manifesto de Outubro de 1932. Rio de Janeiro, 1984.

MERGEL, T. Kulturgeschite der Politik, Version: 1.0, in: Docupedia-Zeitgeschichte,11.2.2010, Disponível em: https://docupedia.de/zg/kulturgeschichte_der_politik?oldid=75525. Como se vê, trata-se de uma versão atualizada em 11 de fevereiro de 2010. A tradução é de René E. Gertz. Disponível para download em: <renegertz.com/arquivos/baixar/index.php?arquivo=Historia-Cultural-da-Politica.pdf>

MOURA, C. A. S. Fé, Saber e Poder. Os intelectuais entre a Restauração Católica e a política no Recife (1930-1937). Recife: Prefeitura da Cidade do Recife, 2012.

SILVA JUNIOR, E. A. Intelectuais, Religião e Política: uma análise do surgimento da Ação Integralista Brasileira a partir do Manifesto de Outubro de 1932. In.: Iº Encontro do Laboratório de Estudos da História das Religiões: fontes e métodos para o estudo das religiões. 1., 2017. Nazaré da Mata. Anais do Iº Encontro do Laboratório de Estudos da História das Religiões. Nazaré da Mata: EDUPE, 2017. P.154 – 167. Disponível em: <http://lehrupe.webnode.com/eventosrealizados/> .

SILVA, K. V.; SILVA, M. H. Dicionário de Conceitos Históricos. 3 ed. São Paulo: Contexto, 2017.





42 comentários:

  1. Olá Edmilson! Gostei muito da escolha da sua fonte histórica e da sua abordagem pelo viés da História Cultural; pretendo utilizá-la como inspiração para minhas aulas. Você chegou a realizar isso em sala de aula? Se sim, como foi a resposta dos alunos?
    Isabele Fogaça de Almeida

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    1. Olá Isabele! Muito obrigado pelos elogios, fiquei muito feliz em lê-los.

      Infelizmente, com essa fonte não. Mas trabalhei com essa abordagem (no terceiro ano do Ensino Médio) utilizando o Mini-manual do guerrilheiro urbano, o Ato institucional número cinco e o Manifesto de Fundação do Partido dos Trabalhadores para tratar dos aspectos sociopolíticos da Ditadura Civil Militar no Brasil.
      Os alunos responderam bem, foi perceptível a empolgação por analisar fontes do período ditatorial. Além disso, após a aula, os debates tomaram conta da turma.

      Edmilson Antonio da Silva Junior

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  2. Olá Edmilson! A ressignificação do conceito de fonte histórica é realmente um grande legado dos Annales. Poder trabalhar de forma menos engessada proporciona muitos caminhos e uso de várias metodologias na sala de aula. Porém, é de imensa importância o cuidado com o tendencionismo na análise dos fatos. Desta forma, gostaria de saber se esta análise já foi usada em sala de aula, (caso sim, ou caso não), quais dicas você daria para que o tendencionismo não ocorra? E, em quantas aulas seria viável a exploração de todo conteúdo, levando em conta a quantidade de aulas semanais destinadas a disciplina de história, todas as outras atividades que devem ser trabalhadas de acordo com o currículo e a aproximação com a realidade cotidiana do alunado, (creio eu que seja de ensino médio).
    Obrigado!!

    Angêlica Rita de Araújo

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    1. Olá Angêlica, obrigado pela pergunta!

      Como respondi a Isabele, essa fonte não. Contudo, utilizei a mesma abordagem com outras fontes e temáticas.
      A análise tendenciosa dos fatos de fato não deve ocorrer, por isso, é importante que explicitemos quais as questões que faremos a fonte e o que foi produzido de bibliografia até hoje, isto é, quais as revisões feitas pelos historiadores acerca do tema. Além disso, discutir conceitos como Autoritarismo, Ditadura, Direita e Esquerda, Fascismo, República, Integralismo, entre outros, são de imensa relevância para o entendimento do educando.

      Mas vale ressaltar que não existe parcialidade, portanto, toda análise seguirá um viés, mas como trata-se de um processo de ensino e aprendizagem, tal viés será construído não com "achismos", mas com bases acadêmicas.

      A respeito da quantidade de aulas em relação ao conteúdo, para o texto, acredito que em duas aulas casadas. Porém, deve-se levar em conta que o tema optado acima, diz respeito a um assunto mais amplo, o período Vargas. Sendo assim, mais aulas poderiam ser utilizadas para aliar o tema colocado e os quinze anos do governo varguista.

      Abraços!

      Edmilson Antonio da Silva Junior

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  3. Edmilson e Carlos André,

    Utilizando a perspectiva da história cultural, abordada no texto de vocês, como professor de história e mestrando em educação lanço uma pergunta objetiva e simples:

    Com base na nossa cultura brasileira e escolar, como é possível conduzir um aluno historicamente passivo a estudar história a partir da interpretação e análise de fontes em sala de aula?

    Att.,
    Fábio Alexandre da Silva

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    1. Olá Fábio, importante questão!

      Como sabemos, boa parte dos educandos, ao longo da vida escolar/familiar não são estimulados ao hábito da leitura e, evidentemente, para as fontes escritas, tais métodos de ensino em sala de aula podem se tornar complicadas. Contudo, como sabemos, o conceito de fonte histórica hoje é relativo e podemos utilizar outros vestígios históricos, como por exemplo (ainda em relação ao integralismo) as propagandas em formato de imagens publicadas em diversos periódicos na década de 1930.

      Além disso, apelar para a "cultura pop", isto é, apelar para os diversos meios de comunicação que fazem parte do dia a dia da maioria dos educandos, ou seja, utilizar as revistas de Histórias em quadrinhos ou desenhos animados para abordar determinados temas.

      Abraços!

      Edmilson Antonio da Silva Junior

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    2. Gostaria de complementar que, apesar da dificuldade, devemos enfrentar a "nossa cultura brasileira e escolar", incentivando o hábito da leitura nos educandos. Esse processo pode ocorrer de forma sutil, a partir das histórias em quadrinhos, ou de forma mais leve ainda, começando pelos contos de fadas, como João e Maria, por exemplo, que pode ser usado para abordar a sociedade europeia no período moderno.

      Edmilson Antonio da Silva Junior

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    3. Obrigado pela resposta e contribuição, Edmilson!
      É realmente um excelente caminho iniciar com fontes (áudio)visuais e buscar, gradativamente, um avanço, vamos assim chamar, para a análise de documentos textuais.

      --
      Fábio Alexandre da Silva

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  4. Oi Edmilson, importantíssima reflexão! Há muito tempo o ensino de história está fadado a falta do interesse dos alunos em apenas decorar para prova, e depois eles acabam deixando de lado os assuntos. O professor de história hoje tem esse grande desafio, de buscar cada vez mais ferramentas mediadoras para o auxiliar no
    processo de ensino-aprendizagem, como uma visita a um museu, ou mesmo uma imagem ou música, para despertar nos alunos de fato um interesse, e mostrar que a história não é simplesmente uma matéria que decora fatos. A minha preocupação em relação a fonte escrita é que temos que deixar claro que a análise dos documentos em sala de aula não será desenvolvida enquanto fontes usadas pelos historiadores em suas pesquisas, mas como material do historiador com finalidades didáticas. Penso que não devemos focar apenas no documento, em sua análise de discurso, mas que esse documento seja o passaporte para nos levar a outros caminhos. A partir da forma como você trabalhou o documento, haveria outro tipo de abordagem diante as suas pesquisas/leituras que poderia indicar? O que acha de fazer uma comparação entre História e Historiografia, utilizando o livro didático, para fazermos uma comparação entre os discursos?

    Luana Maria da Silva Santos

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    1. Obrigado pela pergunta Luana!

      Penso que a partir da forma que abordei a fonte, diversas abordagens podem ser utilizadas, como a História Comparada Problema, colocada por Marc Bloch, entre outros exemplos, que necessariamente devem possuir uma criticidade ao analisar a fonte.

      A respeito da comparação entre História e Historiografia, acho interessante, como comentamos pessoalmente, a utilização do livro didático no auxílio ao ensino de História.Porém, tal uso possui diversas lacunas e justamente para suprir esses buracos, poderíamos utilizar fontes históricas, sejam elas escritas ou não, proporcionando ao educando um maior envolvimento com o fato, bem como uma maior autonomia no processo de aprendizagem.

      Abraços!

      Edmilson Antonio da Silva Junior.

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  5. Levando em conta, que a maioria das fontes históricas são de origem do estado ou da igreja, e possivelmente tendenciosas, como confrontar os fatos para se chegar perto de uma possível verdade. adilson-costa1974@bol.com.br Adilson Apolônio Marques da costa

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    1. Adilson, obrigado pela pergunta.

      Não acredito que "a maioria das fontes históricas são de origem do estado ou da igreja", afinal, como explicitei no texto, hoje tudo pode ser usado como fonte histórica, desde o documento escrito oficial ao relato oral de indivíduos singulares.

      Acredito que não possivelmente, mas com certeza todas as fontes são tendenciosas, afinal, até a escolha por uma neutralidade conota uma expressão política. As fontes, como produtos humanos, seguem a mesma linha de pensamento e para se chegar a "uma possível verdade" necessitamos questioná-las (as fontes) e, a partir das diversas bibliografias já produzidas sobre o tema, chegar a uma conclusão que, possivelmente, no futuro será atualizada, reformulada, ou mesmo, "ultrapassada".

      Abraços!

      Edmilson Antonio da Silva Junior

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  6. Seria maravilhoso proporcionar aos alunos todas as experiências de contato com os mais diversos tipos de fontes, é inegável. Dessa feita o facilitador de ensino poderia apresentar as inúmeras abordagens que poderiam ser feitas da mesma fonte. Ademais o senhor não acha que tais temáticas ou ferramentas tornam-se utópicas tendo em vista a realidade de nossas escolas públicas no tocante à tempos de aulas escassas e uma total falta das estrutura fisicas das mesmas? O senhor não acha que o discurso acadêmico está totalmente em desacordo com as realidades das escolas públicas de nosso pais?
    Jailso Bezerra Dias.

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    1. Jailso, obrigado pela pergunta.

      Reconheço que o tempo e principalmente a quantidade de aulas semanais da disciplina de História são mínimas, bem como as estruturas das escolas públicas deixam bastante a desejar, contudo, não considero isso um fator que impossibilite a realização de tal método, pois caminhos alternativos podem ser tomados para encaixar tal didática em situações adversas.

      Não concordo que há um desacordo entre discurso e realidade, contudo, não há uma formula com variantes para o ensino de História. As adversidades sempre estarão presentes, seja na estrutura física da escola, no tempo de aula disponível ou na receptividade da turma. Cabe a nós, professores, superarmos tais questões enquanto lutamos por um melhor ambiente de trabalho e uma melhor remuneração.

      Abraços!

      Edmilson Antonio da Silva Junior

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  7. Seria maravilhoso proporcionar aos alunos todas as experiências de contato com os mais diversos tipos de fontes, é inegável. Dessa feita o facilitador de ensino poderia apresentar as inúmeras abordagens que poderiam ser feitas da mesma fonte. Ademais o senhor não acha que tais temáticas ou ferramentas tornam-se utópicas tendo em vista a realidade de nossas escolas públicas no tocante à tempos de aulas escassas e uma total falta das estrutura fisicas das mesmas? O senhor não acha que o discurso acadêmico está totalmente em desacordo com as realidades das escolas públicas de nosso pais?
    Jailso Bezerra Dias.

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  8. Boa noite Edmilson,

    Colocando a análise de fontes como a que você propõe, com base na análise do discurso, em que momento você acredita que essa análise seria mais fecunda: como uma concretização dos conceitos e contexto trabalhados, ou como introdução a esses conceitos? Além disso, como você acha que o educador poderia proceder para utilizar fontes diferentes de uma mesmo período, a fim de fazer análise de discursos diferentes e como esses se chocam para formar as narrativas da época (bem como para demonstrar as realções d epoder presentes no contexto)?

    Renan Jacquet

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    1. Boa noite, Renan!

      Acredito que tal método seria melhor utilizado após a exposição de contextos e conceitos, afim de não gerar, sem a intenção, pensamentos anacrônicos.
      Acredito que a abordagem deveria seguir o mesmo método de análise. No século XIX, por exemplo, o integralismo é formado em oposição as ideologias materialistas da época (socialismo e liberalismo) e levar esse debate com os três pensamentos principais desse período é importantíssimo e poderia proceder a partir da análise de trechos da Encíclica Rerum Novarum, do Manifesto Comunista e de algum autor liberal de fácil digestão para o educando.

      Abraços!

      Edmilson Antonio da Silva Junior

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  9. Edmilson, parabéns pela escrita do texto e pelas informações apresentadas acerca das fontes históricas. Acredito que O professor não só de história mas de todas as disciplinas educacionais do presente século XXI, deve ser aquele que interagem conhecimentos entre os alunos nos diferentes ambientes de ensino. Pois aprendemos uns com os outros. Adorei o o texto porque você falar das fontes desde a escola metódica aos dias atuais.

    Maria Josilda Ferreira da Silva

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  10. Excelente texto. A temática me chamou bastante atenção. Serei bem objetiva. Sabemos que boa parte dos alunos ao longo de sua vida escolar (isso muitas vezes envolve o não-estímulo familiar), e essas crianças e jovens acabam que não tem o hábito da leitura, sabendo disso, a disciplina de história para muitos alunos torna-se “chata” por ter a sua carga em lituras, daí alguns métodos de ensino acabam sendo complicados e quase impossíveis de utilizar em certas turmas. Com base nessa problemática, como seria possível (nós professores) conduzir, convencer um aluno a estudar história? Principalmente quando utilizamos fontes, analises de fontes dentro de sala de aula?
    Anna Karoline da Silva Santos , Universidade Estadual da Paraíba

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    1. Obrigado pelo elogio, Karoline.

      realmente, devido a ausência do hábito de leitura na maior parte dos educandos, a disciplina de história torna-se enfadonha, contudo, o papel do professor nessa empreitada é mostrar que a História não é "o estudo de pessoas mortas" ou "coisas velhas", tal ciência é o estudo do homem em determinado tempo e espaço. Esclarecendo tal perspectiva, é papel do professor, conectar a realidade do educando ao passado histórico em seu país e no mundo, para que assim ele entenda a importância de estudar/compreender a História.

      Para auxiliar trabalho, é possível utilizar fontes não tão tradicionais como a usada em meu texto. Seria mais adequado para iniciar essas abordagens, em turmas mais difíceis, uma evolução gradativa, isto é, poderia-se utilizar desde imagens à recursos áudio-visuais, para depois introduzir pequenas fontes escritas, mais fáceis de se ler e questionar.

      Edmilson Antonio da Silva Junior

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  11. Carla Cristina Barbosa10 de abril de 2018 às 17:11

    Carla Cristina Barbosa

    Boa noite.
    Edmilson, Parabenizo pelo trabalho que traz uma discussão fundamental e atual para o Ensino de História, que é a utilização das fontes escritas na sala de aula.Porém, nos pontos metodológicos que você trata no texto, com relação a fonte escrita com viés na história cultural que auxiliam o educador e educando; gostaria de saber sua experiência e opinião sobre a aplicabilidade destes pontos metodológicos na sala de aula. Não seria de certa maneira, difíceis de serem trabalhados pelo educador nas aulas, tendo em vista, a realidade escolar e o perfil dos educandos?

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    1. Carla, muito obrigado pela pergunta.

      Como relatei a Isabele Fogaça no primeiro comentário: com essa fonte especificamente não, mas utilizei o mesmo método para analisar outros materiais em uma aula no terceiro ano do Ensino Médio e os alunos responderam bem.

      A aplicabilidade desse método, evidentemente, dependerá da turma, mas isso não impede que o professor, ao longo do ano letivo, utilize fontes mais simples para, gradativamente, aumentar a complexidade das análises.

      Abraços!

      Edmilson Antonio da Silva Junior

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  12. Jéssica Mayara S. Sampaio10 de abril de 2018 às 20:55

    Olá! Parabéns pelo trabalho! Aborda um tema muito relevante para o ensino de história, a utilização das fontes. Seria ótimo poder tornar mais frequente esse contato com os alunos. No entanto,a realidade do ambiente público escolar às vezes dificulta um trabalho que faz refletir, que faz o aluno fazer comparações e desenvolver sua opinião sobre diversos temas, por diversos fatores. Na sua opinião, seria válida a criação de estratégias para trabalhar com fontes x livro didático em sala de aula? Já que a historiografia, na maioria das vezes, acaba sendo pouco explorada devido a condições como a pressa para encerrar um conteúdo, a falta de interesse dos alunos em pesquisar, entre outros fatores que fazem com que o conteúdo seja apresentado de forma rápida e sem muitas provocações, levando em consideraçao também a propria formação dos professores.
    Att, Jéssica Mayara Santos Sampaio

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    1. Olá, Jéssica! Muito Obrigado!

      Sim, Jéssica, penso que seja importante o uso do livro didático em conjunto com as fontes e a reinvenção de tais estratégias é fundamental para o ensino de História atualmente.

      Abraços!

      Edmilson Antonio da Silva Junior

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  13. Edmilson, parabéns pelo texto. Está extremamente acessível e estabelece um diálogo entre ensino de História e Historiografia que, nem sempre, os professores conseguem conciliar no dia a dia da escola. Sobre a "educação bancária", tão criticada por Paulo Freire, e que você destacou em seu texto. Gostaria que ampliasse a seguinte discussão entre ideias prévias dos estudantes e processo de ensino e aprendizagem a partir dos princípios da História Cultural, a partir dessa colocação
    "Há alguns pontos metodológicos que podem auxiliar o educador e os educandos nessa empreitada [de usar fontes escritas]. São eles: identificar o autor do texto e para quem ele escreve; traçar as redes de relações históricas da fonte analisada; identificar dentro do contexto histórico os rótulos empregados ao discurso do documento; analisar com atenção como surgem os discursos; questionar quem os promoverá e quem os oporá; analisar como eles ligam-se com outros discursos opressivos e, perceber como eles justificavam suas ações na época"

    Agradeço desde já,
    Vanessa Maria Rodrigues Viacava

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    1. Muito obrigado, Vanessa!

      A educação bancária, criticada por Paulo Freire é, em suma, uma forma de alienação que perpassa os mecanismo de ensino, tratando o educando como uma caixa vazia para depósitos de afazeres técnicos (ou não), visando que tais indivíduos ingressem nas fileiras de trabalho e encham as filas de mão de obra.

      A minha colocação citada por você na questão é justamente o que entendo pela quebra do processo bancário da educação, uma vez que tal método proporciona criticidade ao educando, estimulando o questionamento e a autonomia na construção do conhecimento histórico.

      Abraços!

      Edmilson Antonio da Silva Junior

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  14. As fotos escritas são de suma importância para a pesquisa histórica. Entretanto, trabalha-las em sala de aula requer toda uma metodologia que possibilita que as informações sejam exploradas de forma crítica. Como desenvolver essa metodologia em sala de aula? Qual o papel do professor na exploração crítica das informações contidas nose documentos?
    Ivan Francisco Viana de Lima

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    1. Obrigado pela pergunta, Ivan.

      A metodologia poderia ser desenvolvida junto aos educandos em análises de fontes mais simples, como sitei nos comentários anteriores.

      Em minha ótica, educar é um ato político, portanto, a função do educador junto ao educando nesse processo de ensino e aprendizagem é estimular o questionamento, o pensamento crítico.

      Além disso, evidentemente, o educador deve estar em dias com o estudo bibliográfico no qual a fontes está situada, afinal, é preciso contextualizar os educandos acerca do conteúdo inserido no vestígio histórico.

      Abraços!

      Edmilson Antonio da Silva Junior

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  15. As fontes históricas possuem grandes potencialidades na Educação Básica como um recurso didático que aproxima o aluno ao papel do historiador e também à própria História, contribuindo na compreensão do conteúdo a ser ensinado. Esse tipo de trabalho evidencia questões do universo acadêmico e da vivência do aluno, que muitas vezes faz com que aquela temática longínqua, não pertencente, “estranha” a ele, adquira, então, algum significado. No ensino de História visualiza-se uma demanda pelo uso dessas fontes em sala de aula, facilitado na atualidade por sua propagação na rede virtual.
    De que forma as fontes históricas auxiliarão no desenvolvimento do pensamento histórico dos alunos? As fontes históricas podem ser consideradas apenas mais um suporte teórico na sala de aula?

    FRANCISCA MARIA SILVA MORAES

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    1. Obrigado pela Pergunta, Francisca.

      Acredito que o contato com as fontes pode possibilitar curiosidade que, eventualmente pode gerar dúvidas e, posteriormente, pesquisas, por menos acadêmicas que sejam. Tal processo pode acarretar no questionamento contínuo de diversos temas e proporcionar a fundamentação de uma consciência histórica.

      Acredito que as fontes históricas são mais que apenas um suporte teórico, afinal, são fontes e fundamentam o trabalho historiográfico e, apesar do ensino de história ser diferente de historiografia, acredito que as fontes tem função análoga nessas empreitadas.

      Abraços!

      Edmilson Antonio da Silva Junior

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  16. Olá Edmilson, gostei muito do seu texto.
    Na sua visão qual seria a melhor forma metodológica de trabalhar com fontes escritas em sala de aula, quando o professor se encontra sobrecarregado por matrizes curriculares ?

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  17. Olá Edmilson, gostei muito do seu texto.
    Na sua visão qual seria a melhor forma metodológica de trabalhar com fontes escritas em sala de aula, quando o professor se encontra sobrecarregado por matrizes curriculares ?

    *Repostando pois esqueci de colocar meu nome

    Wallysson Klebson de Medeiros Silva

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    1. Muito obrigador, Wallyson.

      Acredito quando a sobrecarga ocorrer, o educador deve recorrer ou os vestígios históricos que ele já possua domínio ou, em caso de temas que não fazem parte de sua especialidade, utilizar fontes escritas mais simples.

      Abraços!

      Edmilson Antonio da Silva Junior

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  18. As fontes escritas são muito importantes para o ensino de história, mas algumas vezes acabam se perdendo no tempo. Na sua opinião as fontes orais podem comcontrib com essas fontes escritas ?

    Adenilson dos Santos

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    1. Boa noite, Adenilson.

      Não concordo em dizer que as fontes escritas se percam no tempo, contudo, sim, as fontes orais podem contribuir com as fontes escritas.

      Abraços!

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  19. Olá, Edmilson!!
    Primeiramente, parabéns pelo texto!
    Por muitas vezes os alunos já classificam as aulas de história com atividades de resumos intermináveis, além de datas e nomes que precisam decorar. Por esta questão muitos alunos acabam não se interessando pelo amplo estudo neste campo, por achar extremamente chata e cobrante. Trabalhar fontes históricas escritas em sala de aula é um ótimo caminho para o planejamento de aulas mais lúdicas. Minha pergunta/dúvida é: como trabalhar com as fontes históricas em sala buscando a curiosidade e entendimento dos alunos em relação ao significado do documento como objeto de estudo? Para que e para quem se fez à produção? Como mostrar a relação do documento com o seu contexto histórico?
    Grata!!
    Taciane Lílian Pereira Da Silva

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  20. Olá Edmilson Junior.

    Percebemos que a utilização de fontes escritas no ensino de História é necessária para a aprendizagem em sala de aula. Neste sentido, como podemos estabelecer a autonomia do aluno do ensino fundamental final, na pesquisa de fontes escritas sem incorrer na interferência ideológica do professor?

    JULIO JUNIOR MORESCO

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